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EJA

Page history last edited by rosangelamenta 13 years, 7 months ago

A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO NA EJA

 

     A organização do trabalho pedagógico na EJA tem especificidades que devem ser observadas: precisam contemplar conteúdos significativos para a vida do aluno, tempo diferenciado de aprendizagem, horários diversificados, observando os limites e possibilidades de cada educando em sua singularidade, pois cada um possui seu tempo próprio de formação, elaborando conceitos a partir de uma perspectiva de re-significação do mundo e de si mesmo.

     Nessa visão, cabe ao processo educacional da EJA, apontar para uma nova relação entre ciência, trabalho e cultura que constitua uma base sólida de formação científica e histórica, possibilitando aos educandos, além do desenvolvimento de suas potencialidades como seres humanos, também o desenvolvimento do senso crítico, das capacidades de ler e interpretar o mundo, por meio da atividade reflexiva.

     No transcurso do processo, a autonomia dos educandos deve ser estimulada para lhes facilitar a continuidade dos estudos com sucesso, pois se sabe que,  algumas das  vicissitudes biográficas que ocasionaram suas dificuldades em freqüentar a escola no passado, podem dificultar   a sua perseverança no presente.

Será sempre necessário atentar para os motivos desses alunos e compreendê-los em suas dificuldades de maneira muito mais sutil do que se faria com outras turmas, não esquecendo de que são trabalhadores, jovens, adultos e/ou idosos que já possuem uma caminhada e cuja experiência pode ser um rico veio no qual o  professor poderá fundamentar o processo de ensino

 

A ORGANIZAÇÃO CURRICULAR

 

     Com o objetivo de atender às prerrogativas já mencionadas, o esquema da organização curricular da EJA, definido de acordo com os pressupostos da Proposta Pedagógica da Rede Municipal de ensino de Telêmaco Borba, constitui-se dos seguintes eixos:

 

a) Eixo científico – abrangendo a linguagem em suas várias dimensões, os conhecimentos gerais, a compreensão dos processos da natureza e da sociedade, a superação do senso comum pela compreensão científica dos processos de formação humana histórico-social.

b) Eixo ético político – abrangendo os valores ético-morais - políticos; as relações entre público e privado; a importância dos meios de comunicação e sua influência na vida cotidiana e nos valores individuais e sociais; as relações de trabalho e poder; as atividades de reflexão consciente sobre os fatos humanos, os valores coletivos e individuais.

c) Eixo sócio-ambiental – É constituído de tópicos fundamentais à compreensão da necessidade da preservação do ambiente, abrangendo estudos sobre: a exploração e a preservação dos recursos naturais; as conseqüências da degradação do meio ambiente, hábitos, atitudes e valores; o ambiente familiar e social; a valorização do homem e da cultura; as transformações ocorridas na natureza pela ação do homem; a constituição da consciência ambiental.

d) Eixo estético-cultural – deve possibilitar ao educando o conhecimento da cultura humana em suas diversidade,  abrangendo  a  compreensão da várias expressões culturais, acesso ao conhecimento das produções artísticas e culturais que melhor representem a cultura nacional em seus aspectos histórico-sociais. As diversas culturas que compõem a cultura brasileira, paranaense e regional, a arte clássica e popular em suas diversas manifestações.

 

     Como a cultura é constituída pelo conjunto das criações humanas, deve ser privilegiada no trabalho pedagógico, através de atividades em todas as áreas do conhecimento, de maneira interdisciplinar. A Linguagem, em suas várias manifestações é geradora - mediadora da cultura humana, pois é ela que produz e veicula o conhecimento elaborado pela humanidade.

 

     As áreas do conhecimento a serem desenvolvidas na EJA,  dentro destes eixos articuladores, de acordo com a Proposta Pedagógica da EJA,  são:

 

LINGUAGEM

(LINGUA PORTUGUESA)

Oralidade – Leitura – Interpretação –  Produção De Textos


(ALFABETIZAÇÃO)


(ARTES E

EDUCAÇÃO FÍSICA)


ESTUDOS  DA SOCIEDADE  E  DA NATUREZA

(história, geografia, ciências e ensino religioso)


ESTUDOS DE MATEMÁTICA E  SUAS

TECNOLOGIAS

 

 

CONSIDERAÇÕES  TEÓRICO-METODOLÓGICAS

 

A linguagem

 

     A linguagem, em todas as suas manifestações é o eixo gerador do  processo de ensino em todos os níveis de escolaridade.  Na EJA, ela tem sua ênfase na alfabetização, manifestando suas marcas principalmente pela oralidade, pelo domínio do código, e na criação, elaboração e produção de textos. A linguagem, na verdade constitui o cerne de todas as atividades trabalhadas em sala de aula e da avaliação.

     Sabe-se que o aluno adulto, vem para a escola para aprender a ler e escrever. Aos educadores da EJA cabe o importante papel de articular este aprendizado   aos demais conteúdos e com a  leitura crítica do mundo.

      O trabalho com a oralidade, a leitura e a produção de textos realizado em contextos significativos, deve respeitar as diferenças existentes entre os alunos, considerando que eles se encontram em diferentes níveis de apropriação da linguagem em suas várias formas. Neste sentido, é preciso desenvolver um processo reflexivo com os alunos sobre a realidade em que estão inseridos, articulando-a com o contexto social-histórico mais amplo, criando situações enriquecedoras e, ao mesmo tempo, oferecendo condições, para que eles possam registrar suas experiências e suas aprendizagens através da escrita. (Leituras, discussões, após pesquisas em livros, revistas e outros).

 

     A Língua Portuguesa como conteúdo da linguagem, deve ser trabalhada interdisciplinarmente, isto acontece naturalmente:

  • durante as explicações da professora,
  • nos relatos orais em sala de aula,
  • nas interações que aí se concretizam, 
  • na elaboração e na leitura dos enunciados dos problemas de matemática. 

 

     É essencial que as professoras da EJA trabalhem com os alunos a elaboração de textos em todas as áreas do conhecimento, considerando que a linguagem é o fio condutor da aprendizagem.

     A linguagem escrita, cumprirá  assim sua função social garantida através de produção de textos  na qual os educandos se constituam autores que expressem suas vivências e que estas sejam valorizadas pelo professor. Para que isto aconteça, no entanto, os alunos devem ser levados a produzir cartas, bilhetes, relatórios, poemas, crônicas, sínteses, resumos, memoriais, noticias e outros textos com significado e sentido para o aluno e não apenas como forma de receber uma nota na avaliação.

     O trabalho com a linguagem oral e escrita na EJA, pode ser iniciado com as histórias de vida dos educandos. A partir de suas histórias de vida, torna-se mais fácil refletir junto com eles sobre as suas vivências, sobre as construções que realizaram em suas vidas, os saberes que possuem (em seu trabalho, na constituição de suas famílias, sua religiosidade, seus valores e sua cultura de modo geral) e sobre as razões pelas  quais eles não são alfabetizados ou não continuaram seus estudos. Além disso, o trabalho com as histórias de vida pode ser um bom caminho para a professora chegar a conhecer bem seus alunos, à compreensão de seus anseios, uma boa forma de encontrá-los em sua afetividade e de interagir com eles, auxiliando-os na elaboração de novos conhecimentos e conceitos, propiciando situações de estreitamento  das relações entre os alunos  nas turmas.

     Este trabalho poderá ser realizado oralmente (alunos não alfabetizados) e registrado pelos alunos que já dominam a escrita; lido e discutido pela turma mediado pelo professor, sendo que, depois dessa discussão, pode-se ainda produzir outros trabalhos como desenhos, pinturas, representações a partir dos temas sugeridos nas histórias de vida (lugares, pessoas, modos de vida, trabalho, relações de trabalho e produção). A metodologia neste sentido será a mais variada possível, sempre tentando valorizar ao máximo aquelas histórias narradas e/ou escritas pelos alunos, aproveitando, inclusive sua riqueza para trabalhar conteúdos de outras áreas de forma mais interessante e compreensível.

     Por exemplo: se um aluno narrou em sua história que nasceu na Bahia ou no Rio Grande do Sul, pode-se trabalhar, a partir daí, além  do registro de sua história de vida; a Região Nordeste ou a Região Sul, tomando como ponto de referência as suas características particulares descritas por aquele aluno (como  vive o povo, quais os costumes, a geografia, a história daquela região  etc). O mesmo é possível quando o aluno fala de sua família, de seu trabalho... estas são questões que demandam uma discussão sobre a organização social e familiar, os valores, as relações familiares, de trabalho e produção, a empregabilidade, as dificuldades de quem não tem uma profissão, as condições de trabalho, de moradia, de lazer, de poder aquisitivo, de saúde e educação.

De situações como essas, se forem dadas as condições de produção, podem resultar ótimos textos significativos e outras aprendizagens nas diversas áreas do conhecimento, como, por exemplo, a situação da população brasileira nos dias de hoje, (a situação política, as questões sociais que influenciam o dia-a-dia das pessoas).

     É preciso insistir sempre na importância do registro de todas as situações de aprendizagem, se não pelo aluno (no caso de ainda não dominar a escrita), na medida do possível, pelo educador ou pelos outros alunos.

     A leitura deve ser diária, não apenas para aqueles alunos em fase inicial de alfabetização, mas para todos os alunos. Oferecer-lhes os mais variados tipos de textos é a melhor maneira de realizar a reflexão sobre a língua e a  sua compreensão e também desenvolver-lhes o senso crítico, melhorar seu desempenho na escrita e nas demais áreas do  conhecimento. O ideal é que o educador tenha, nos momentos iniciais de suas  aulas, um tempo dedicado a esta atividade, ou, se assim o desejar, organize outras formas de realizá-la, considerando sua continuidade como essencial ao desenvolvimento da aprendizagem de seus alunos.

     A produção escrita deve ser variada, tendo-se o cuidado de oferecer também variadas condições e material de apoio para que os alunos produzam melhor, pois ninguém produz “do nada.” Assim, na sala de aula deve haver, além do constante diálogo sobre a escrita: revistas e jornais, livros, gravuras e outros materiais que realizarão a mediação da linguagem escrita para o aluno. Sanar suas dúvidas é importante, no momento da escrita, auxiliando cada um em sua criação de forma a fazê-los entender: a ortografia correta das palavras, a coesão e a coerência textuais, a dinâmica do texto em suas partes (título, introdução, desenvolvimento, conclusão), as questões gramaticais, a acentuação e a pontuação, a concordância nominal e verbal. Tais conhecimentos, quando trabalhados dentro do processo de produção do texto serão  mais facilmente compreendidos e assimilados pelo aluno, pois se encontram em uma situação real de uso da língua, contextualizada em sua função social.

     As produções dos alunos, no final do ano ou da etapa, deverão ser reunidos em um livro e serem publicadas, valorizando seu trabalho e fazendo com que ele  seja conhecido.

     NAS TURMAS DE ALFABETIZAÇÃO a linguagem assume um caráter muito incisivo, pois  a alfabetização é um processo ainda mais dinâmico que exige,  tanto da parte do educando, quanto do alfabetizador,  maior dedicação e compromisso. É preciso considerar que o aluno da EJA é um alfabetizando que possui características outras que o diferenciam, além da faixa etária: Sua experiência de vida, seus saberes, sua visão de mundo, seus valores, a criatividade já desenvolvida, as determinantes sociais, históricas e econômicas que o condicionam e que são talvez as responsáveis por sua não-inserção no processo educativo escolar no devido tempo.

     As considerações metodológicas feitas acima, com certeza aplicam-se a estas turmas. No entanto, além disso, o professor alfabetizador precisa incidir no nível de desenvolvimento proximal[1] dos alunos.

     Para isso, o professor deve proporcionar aos alunos a necessária mediação que se constitui em assistência individual em suas dificuldades,  auxiliando-os  na realização de suas tarefas, apresentando material variado de apoio (cartões de leitura, alfabeto móvel, jogos de memória e outros) que levem os educandos à compreensão  e ao domínio das junções das letras.

     Segundo Tiepollo (2003, p. 32), ler é bem mais do que apenas juntar letras e por isso, o trabalho do alfabetizador envolve muito mais do que apenas ensinar o alfabeto ou as junções silábicas.

     O educador, para ensinar a ler, precisa:

- apresentar o autor do texto,  a data e o local onde o livro foi publicado;

- explicar que cada tipo de texto tem sua função específica (um texto literário é diferente de uma notícia de jornal);

- mostrar as convenções próprias a cada tipo de texto (jornal usa colunas; poemas exigem uma disposição diferente na página).

O trabalho de alfabetização deve ser pautado em textos de circulação social variando:

- os tipos de texto; informativos, literários, argumentativos;

- os portadores: placas, livros, periódicos, faixas, camisetas, embalagens, panfletos etc

- a temática;

- a forma de registro: textos mais formais e mais informais escritos na norma padrão e em outras variedades.

     O educador precisa também ler com os educandos e/ou juntar dois alunos (um que domina a leitura e outro que está em processo de alfabetização) para que ambos realizem a leitura de pequenos textos (Leitura partilhada). Nesta atividade, os educandos nos diversos níveis de domínio da leitura lerão o mesmo texto mediados pelo professor que interferirá de várias formas, conforme a necessidade de cada educando. Enquanto uns conhecerão o texto pela voz do colega que lê ou pela voz do  professor, outros poderão acompanhar a leitura identificando um ou outro elemento conhecido no texto. Segundo a autora, o importante é que todos os alunos conheçam  o texto e atribuam-lhe significado.

     Para a prática da leitura podem ser também criados momentos especiais:

  • Hora do conto ou do causo - na qual o educador lê um livro ou uma história interessante. (este momento pode ser enriquecido com temas trazidos pelos alunos de forma organizada e sistemática)
  • Aula de leitura- cada um poderá escolher livremente um livro, uma revista ou qualquer material escrito (o material deve ser apresentado na sala para tal fim).
  • Hora da poesia – leitura ou recitação de poemas, trovas, em livros ou trazidos pelos alunos de sua realidade. (reminiscências da infância, lembranças)
  • Hora da partilha – em que todos (alunos e professor) irão trabalhar juntos, contando suas histórias ou lendo seus textos escritos.

 

     A importância do desenho - O desenho é uma atividade estratégica importante na alfabetização por constituir-se de um texto que não usa palavras. O educador pode lançar mão do desenho tanto na alfabetização  de crianças quanto de adultos. O desenho permite ao aluno a oportunidade de dizer suas palavras, mesmo não sabendo escrever.  Para que o aluno não se sinta constrangido em desenhar (por causa de preconceitos quanto ao desenho como coisa de criança), Tiepollo sugere que o professor  conte a história da escrita, lembrando que a escrita começou através de desenhos feitos pelo homem primitivo nas cavernas, chamados desenhos rupestres, enfatizando a importância desses registros para a história da humanidade e  que o sistema alfabético que hoje conhecemos é resultado de uma construção de milhares de anos. Ele poderá mostrar através de filme, gravuras ou por outros meios de que disponha, com é que os homens primitivos registravam sua história nas pinturas rupestres, as várias formas de alfabeto e assim, os alunos entenderão que o ato de desenhar é realmente  precursor da escrita. A partir desta etapa, sempre utilizando o desenho como registro inicial a alfabetização poderá ser sistematizada.

     A alfabetização precisa ser contextualizada - O alfabetizando precisa entender como podemos combinar as 26 letras do alfabeto, mas não será repetindo letras e sílabas de forma mecânica e sim no contexto das palavras que tenham significado para o aluno (seu nome, os nomes de seus familiares, palavras relacionadas ao seu trabalho, rótulos de produtos conhecidos etc).

Todas as letras deverão ser trabalhadas desde o início em suas várias formas: caixa-alta, a letra de imprensa e a manuscrita, assim como todas as relações das letras entre si.

     A ARTE é uma das muitas manifestações da linguagem e o estudo das diversas manifestações artísticas será de muita importância para os alunos da EJA, já que eles, em sua maioria, não tiveram  acesso a estes conhecimentos. Assim sendo, será necessário dar-lhes a conhecer a pintura, a música, a poesia, a literatura, o teatro, a dança.  Mostrar-lhes obras produzidas no decorrer do tempo, trabalhar as biografias dos seus autores, tentar reproduzir esses trabalhos com os alunos, utilizando  material variado que, muitas vezes podem ser aqueles que estão presentes no dia-a-dia dos alunos. Criar personagens, inventar histórias, escrever letras de músicas, cantar e dançar.

Segundo Snyders ( 1971, p. 334)

 

A cultura não é um domínio particular, uma especialidade reservada a grupos restritos. O destino da arte não é dirigir-se a uma pequena elite   “ a arte pertence ao povo, enraíza-se profundamente nas grandes massas trabalhadoras,  a sua significação é unir os sentimentos, o pensamento e a vontade das massas” (Cl. Zetkin – citado pelo autor).

 

     O artista quer inscrever a sua obra no prolongamento da vida e das aspirações que marcam os seus contemporâneos.

     Como se pode entender, a partir destas considerações de Snyders, todas as pessoas têm direito ao conhecimento  da arte que representa a expressão da história e da cultura humanas. As classes populares não podem ficar alienadas, sem tomar parte no domínio deste  conhecimento, já que são também representantes dessa história e dessa cultura. 

     Aos alunos da EJA, como representantes deste segmento sócio-cultural, devem ser asseguradas as oportunidades de conhecer a arte, os autores,  os artistas e suas obras. Para isso, é necessário que o professor trabalhe, em sala de aula de maneira a possibilitar-lhes, tanto esses conhecimentos quanto atividades artísticas variadas para que eles possam desenvolver seu potencial artístico.

      O trabalho com a arte poderá ser realizado de várias formas. Porém é mais produtivo que o professor aproveite as diversas manifestações artísticas para desenvolver em sala de aula atividades interdisciplinares que também proporcionem uma aprendizagem mais prazerosa dos conteúdos. Assim, por exemplo, ao trabalhar a poesia, o desenho,  a música ou a pintura,  o professor estará ensinando a língua portuguesa, ao mesmo tempo em que poderá tratar de temas como meio ambiente, ou o trabalho, a política e desenvolvendo o senso crítico do aluno, os valores éticos, os conhecimentos científicos em qualquer das áreas  do conhecimento. Da mesma forma, ao trabalhar os diversos conteúdos, pode-se desenvolver criações artísticas que envolvem as diversas culturas, os costumes, (a geografia através das paisagens), (o desenho e a pintura com releitura de imagens realizada a partir dos grandes pintores- suas biografias etc), valorizando esses conhecimentos e tornando a aprendizagem mais interessante e lúdica.

     O mesmo poderá acontecer no estudo da  música que poderá ser clássica, popular ou folclórica, juntando a dança e os conhecimentos sobre compositores. Na pintura, o aluno deve aprender sobre os grandes artistas brasileiros e internacionais. O conhecimento das artes e dos seus grandes nomes pelos alunos, vai aos poucos inserindo-os no mundo da cultura mais ampla e desenvolvendo neles a estética, a sensibilidade, o senso crítico e o gosto pela arte e  pelo conhecimento.

     As produções dos alunos devem ser favorecidas, cobradas, valorizadas em, livretos, murais, maquetes, em  exposições que mostrem ao público sua criações.

      Em todas as áreas, a arte deve estar presente. Os alunos deverão realizar trabalhos artísticos a partir dos temas estudados produzindo: desenhos, pinturas, poemas, dramatizações, apresentação de danças e/ou corais.

     O material para estes trabalhos poderá, em sua maioria, ser criado pelos próprios alunos, como confecção de fantoches, trajes para dramatização, cenários, que são atividades nas quais se desenvolve tanto a sensibilidade artística como as habilidades motoras.

     Tudo o que for possível realizar na escola, professores e alunos poderão aproveitar para enriquecer seu trabalho artístico na EJA. Por exemplo, quando trabalhar os conteúdos de Linguagem, Geografia, Ciências, Matemática ... a professora poderá estar desenvolvendo o potencial artístico de seus alunos com desenhos, pinturas, produção de maquetes, dobraduras, recortes. Este trabalho   favorecerá a aprendizagem dos  conteúdos ao mesmo tempo em que propicia o treino necessário ao desenvolvimento da coordenação, o domínio  das técnicas de pintura e outros conhecimentos importantes.

 

      EDUCAÇÃO FÍSICA – é a linguagem que se manifesta através  da expressão corporal.  

     Na EJA, assim como nos demais níveis do ensino, é importante que os alunos sejam levados a trabalhar o movimento, pois, como jovens e/ou adultos que são, necessitam  de atividades físicas compatíveis com sua faixa etária e sua resistência, para que sua saúde se mantenha em um nível ideal. Tais pessoas geralmente trabalham durante o dia e vêm para a escola já cansadas. Por isso, o exercício físico que lhes deve ser oferecido precisa ser compatível com sua resistência física. No entanto, não  se pode deixar de ofertar-lhes esta disciplina que lhes oferece maior oportunidade de socialização, recreação e desenvolvimento do tônus muscular, recuperando muitas vezes as seqüelas de um dia de trabalho desgastante. 

     A professora de EJA deve oportunizar aos alunos algumas brincadeiras e jogos recreativos, tanto os de salão como xadrez, dama, dominó e outros, como também levar músicas ao gosto de seus alunos para que dancem, criem coreografias, desinibam-se e exercitem-se naturalmente no pátio da escola ou na sala, como preferirem. Os jogos de futsal, de vôlei, serão no início trabalhados de forma a exercitar os alunos, sem forçar sua estrutura física. Os exercícios de ginástica devem ser leves, controlados para treinar a respiração, a coordenação motora,a lateralidade, de preferência com músicas suaves e descontraídas. Para essas atividades, deve ser combinado com os alunos um dia na semana após o intervalo, de preferência. Sabe-se que os adultos, em sua maioria são tímidos. Têm um certo retraimento e, às vezes, não querem participar de jogos, pois consideram que isto é para os jovens ou as crianças. Nesse caso, será papel da professora, convencê-los a trabalhar o corpo, explicando-lhes que é necessário para sua saúde e longevidade (no caso dos mais idosos).

     Os exercícios teatrais são uma boa forma de conseguir a adesão dos alunos. Criar coreografias e peças teatrais com os alunos, imitações de animais, de pessoas, são também ótimos recursos para exercitar

     Desta área fazem parte os conhecimentos históricos, geográficos, científicos, sociais, políticos,  éticos e religiosos. Na EJA, tais conhecimentos devem ser trabalhados de forma interdisciplinar mediatizados pela linguagem em suas várias formas.

      Neste contexto devem ser discutidas as questões raciais, a religiosidade, os valores éticos e morais que estão implícitos na formação de cada um. Trabalhar a questão da exclusão social,  a discriminação, o trabalho infantil, os problemas sociais presentes no bairro,  as várias crenças, com suas atitudes, seus preceitos e seus valores específicos.

     O professor da EJA precisa, em primeiro lugar conhecer o contexto social em que o aluno está inserido. Este conhecimento ele obterá através do trabalho com as histórias de vida dos alunos, com relatos orais e /ou registros textuais. Em  momentos como a “roda da conversa,” em discussões sobre o trabalho, a família, a educação dos filhos, as relações de trabalho, a sobrevivência, a saúde, a política, a religião, a mídia,  que são temas comuns do dia-a-dia dos alunos, é possível ao educador iniciar seu trabalho nesta área, daí partindo para elaborações mais complexas.

     O papel da escola é ensinar e, para isto, os professores devem levar os alunos a crescer cada vez mais em sua aprendizagem, oferecendo-lhes de início tarefas simples, de acordo com sua compreensão, e, aos poucos, complexificá-las na direção do  conhecimento mais elaborado.   É da  responsabilidade das professoras da EJA criar condições de ensino mais incisivas, interessantes, aprofundar conteúdos e, ao mesmo tempo, fazê-los entender a importância de seu próprio   desempenho mais efetivo e consciente em sala de aula., conscientizando-os quanto à freqüência, à avaliação, aos trabalhos em grupo. Em suma, é preciso estarem  atentas aos aspectos formais do processo de ensino/aprendizagem, esclarecendo-os para os alunos, para que estes compreendam sua importância.

      As atividades mais interessantes deverão  ser permeadas por produções de textos como:  relatórios, sínteses do conhecimento, poemas, descrições; de produções artísticas como: desenhos, pinturas, painéis, dramatizações e de atividades com a música em suas várias formas.

     Será mais interessante o trabalho se houver maior disponibilidade de materiais para desenvolvê-lo, como mapas, ilustrações em retroprojetor, livros, filmes, fotos, gravuras, obras de arte, livros, música  etc. No entanto, o que propiciará maior aprendizagem e uma visão de mundo mais aberta, mais crítica, será sempre o diálogo esclarecedor entre os alunos e o professor.

     Neste sentido, ainda se deve enfatizar a importância da leitura, seja ela sistemática ou não. Devem fazer parte desse processo os textos informativos, científicos, políticos que podem nortear a prática do professor e a aquisição do conhecimento pelos alunos. Nos momentos de leitura programados pelo professor, este poderá trabalhar com tais textos entrelaçando a aprendizagem da leitura, na alfabetização com o conhecimento da geografia, da história e das ciências físicas e  naturais que compõem esta área do conhecimento.

     Outras atividades que devem ser realizadas são a produção de maquetes, de mapas em relevo, de desenho de plantas baixas, de pesquisas no meio ambiente do aluno (moradia, bairro, rio, ruas, parques, campos) ou em excursões  realizadas para tal fim.

     Trazer para a escola as histórias do bairro, suas necessidades, os anseios da comunidade, criar comissões de moradores (coordenadas pelos alunos da EJA) com a finalidade de discutir os problemas em reuniões nas quais todos  manifestem suas opiniões e outros registrem-nas, organizar encontros e palestras para os alunos sobre temas que sejam de seu interesse, realizando nesses encontros  apresentações e exposições dos alunos da EJA para conhecimento da comunidade.

     O Ensino Religioso deverá ser desenvolvido de forma interdisciplinar, constituindo uma área que privilegia os valores humanos, envolvendo discussões sobre todas as áreas do conhecimento. As questões que envolvem as crenças particulares das pessoas devem ser tratadas de maneira   a não discrimina-las e/ou melindrá-las. Por esta razão o ensino religioso deve ter um caráter não-confessional. Como o Ensino Religioso é um conhecimento humano-social, deve estar disponível à socialização, proporcionando maior compreensão dos elementos básicos que compõem o fenômeno religioso. Assim sendo, o tratamento didático dos conteúdos realiza-se em nível de análise e de conhecimento, na pluralidade da sala de aula, salvaguardando-se a liberdade de expressão religiosa dos educandos. É preciso conhecer e respeitar as diferenças culturais  e os grupos que as constituem. Como a convivência entre os grupos diferentes é marcada pelo preconceito, um dos grandes desafios da escola é tornar  conhecida  a valorizada a trajetória particular dos grupos que compõem a sociedade brasileira.

     Assim, o conhecimento religioso deve ajudar o educando a elaborar significados. Esses significados constroem-se a partir das relações estabelecidas em sala de aula e nas experiências pessoais mediadas pelo ensino desenvolvido pelo professor. O papel deste, é proporcionar condições de aprendizagem, com discussões interessantes, realização de trabalhos e pesquisas a partir de conhecimentos sobre as diversas crenças e suas características.

 

MATEMÁTICA E  SUAS TECNOLOGIAS

 

     O estudo da matemática, para os estudantes da EJA, é muito importante pois, em sua maioria,  já possuem uma longa caminhada e bastante experiência em suas construções cotidianas, pelo exercício de seu trabalho. Muitos deles conhecem medidas, executam operações matemáticas mentalmente, resolvem seus problemas financeiros, sem que ninguém os tenha ensinado as regras ou as fórmulas matemáticas. A matemática faz parte de suas vidas de forma espontânea e natural.

     É importante que o professor que atua na EJA compreenda estas questões e que aproveite os saberes dos alunos na contextualização do ensino da Matemática, apresentando-lhes inicialmente problemas relacionados ao cotidiano de seu trabalho,  de suas vidas para que eles os resolvam e assim, a partir daquilo que os alunos já dominam, será mais fácil introduzir novos conhecimentos.

     Os conteúdos de matemática quando desenvolvidos de forma interdisciplinar,  serão mais facilmente compreendidos e se bem contextualizados serão melhor assimilados pelos alunos.

     Por estas razões, é importante utilizar a metodologia da resolução de problemas que envolvam sistema monetário, medidas, porcentagem e outros conteúdos que  tenham a ver com as necessidades da vida cotidiana, para que essa aprendizagem se configure na realidade e favoreça de fato os alunos em suas atividades de trabalho e em sua vida.

     Assim como no ensino da leitura e da escrita, na alfabetização, também no ensino da matemática, não se deve levar o aluno a realizar operações de maneira abstrata e mecânica, com memorização mas, sem compreensão do que é memorizado.

     É preciso  que o aluno saiba o que está fazendo, isto é, para quê está realizando aquele cálculo, qual a sua utilidade na vida prática. É preciso que o aluno saiba qual a operação matemática que deverá realizar para resolver um determinado problema em seu dia-a-dia. Esta compreensão é que fará com que  ele entenda o valor da matemática em sua vida. 

     Nas aulas de matemática, é essencial a utilização de material concreto. Materiais simples para contagem (canudos, palitos, tampinhas de garrafas), ábacos e jogos, são tão importantes na EJA quanto o são para as crianças em fase da alfabetização.

A utilização de livros didáticos poderá ser mantida desde que não seja a única fonte de pesquisa e trabalho em sala de aula, mas apenas mais um subsídio à prática pedagógica. Os alunos e os professores podem utilizá-los, alternando com outras atividades, mas nunca como único recurso para a atividade de sala de aula. Em sua utilização  é importante que haja sempre a orientação da professora, e que sejam discutidas as questões e as atividades com a turma. È necessário  que  os problemas de matemática sejam trazidos do livro didático para o cotidiano dos alunos, adquirindo assim um caráter contextualizado que proporcionará melhor compreensão da relevância do conteúdo para a prática em seu trabalho e na vida.

     Pela mesma razão, é importante que os alunos trabalhem com materiais como: fitas métricas, balanças, nível, fio de prumo, vasilhame, caixas de variados formatos, dobraduras, material dourado, folhetos de lojas, tabelas de preços, gráficos dos mais variados assuntos, mapas com legendas, desenhos de plantas baixas, para desenvolver a agilidade da leitura e do raciocínio lógico matemático.

      Nas  aulas de  matemática também pode e deve  ser utilizado o computador e a calculadora, se a escola puder oferecer estes recursos aos alunos.

 

O PLANEJAMENTO

 

     O  Planejamento é fundamental ao processo de organização do trabalho pedagógico. Planejar é prever e organizar ações, tendo como referência as metas e objetivos que se pretende alcançar através  dessas ações , considerando os alunos reais com os quais  se trabalha e suas necessidades, bem como os recursos  necessários  à consecução do trabalho.

     Um planejamento bem elaborado  constitui-se no detalhamento da proposta  pedagógica da escola expressa no plano diário de ensino de cada professor.

     O planejamento não é mera formalidade ou rotina burocrática que se elabora  para cumprir uma obrigação. Mas, com  certeza, é o instrumento  básico de trabalho  do professor que lhe oportuniza  organizar os conteúdos  a serem veiculados, pensar as estratégias  de ensino,  prever o material e os recursos necessários e transformar as  idéias em ações, tendo clareza de objetivos a serem alcançados e prever os resultados desejados através de sua operacionalização no cotidiano da sala de aula. Além do fato de  que a ação  do professor e da escola como um todo não pode ser improvisada, ainda é importante considerar que um bom planejamento facilita o trabalho escolar, notadamente o trabalho do professor.

      A escola como um todo deve participar  do planejamento  tomando coletivamente as decisões sobre  os rumos de seu trabalho. Na reflexão coletiva será possível prever e organizar as ações a serem  efetivadas.

     Para que o planejamento  seja um instrumento  efetivo de trabalho é necessário:

  • Prever e selecionar os recursos auxiliares (livros, gravuras, músicas, jogos, alfabetos, filmes, brinquedos, etc), bem como as estratégias a serem utilizadas (leituras,  passeios, entrevistas, mostras, etc).
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  • ·         Importante:

 

 

A  AVALIAÇÃO

 

A avaliação na EJA deve seguir os princípios da proposta pedagógica, sendo diagnóstica, contínua, sistemática, somatória , abrangente, proporcionando ao professor  e aos alunos uma forma de redirecionar e melhorar sempre o trabalho realizado no processo de ensino/aprendizagem.

Para  que a avaliação cumpra os seus objetivos no processo de ensino/aprendizagem, deve ser praticada com clareza do que será avaliado, devem ser nela aplicadas as técnicas adequadas e variadas que avaliem aspectos quantitativos e qualitativos, com critérios selecionados e registros periódicos, a partir de observações e relatos dos conteúdos que orientarão posteriormente o professor para redimensionar seu trabalho, se for o caso.

É importante que o professor realize registros diários sobre o desempenho dos alunos, bem como trabalhos coletivos, demonstrativos dos avanços para facilitar a elaboração dos relatórios ao final de cada etapa.

A avaliação não deve ser considerada o fim do processo de ensino/aprendizagem, mas sim, um parâmetro para a retomada desse processo como um todo.

A sistemática da avaliação constará de:

- Resultados expressos em  notas  de 0 a 10,0;

-Técnicas e instrumentos diversificados de avaliação, conforme a necessidade dos alunos e o planejamento do professor.

- Ao final de  cada bimestre, além dos trabalhos, deverá ser realizada uma avaliação formal (prova) envolvendo os conteúdos trabalhados em cada etapa da 1ª fase.

- É vedada a utilização da prova bimestral como única forma de avaliação.

- A avaliação é somatória: a nota da prova bimestral será somada às notas dos outros trabalhos realizados pelos alunos no decorrer do bimestre e, o resultado deverá ser registrado pela professora na pauta (livro de chamada).

O aluno, ao ingressar na EJA, se já  houver freqüentado a escola anteriormente, deve ser avaliado pelo professor e classificado de acordo com essa avaliação. Assim, por exemplo: Se  estiver alfabetizado e demonstrar conhecimento razoável nas várias áreas do conhecimento, será encaminhado para a 2ª etapa da EJA. Se for iniciante (não freqüentou escola ou é analfabeto) não será submetido à prova classificatória e  permanecerá na 1ª etapa de alfabetização.

Quando a professora considerar que algum  aluno está preparado para avançar para outra etapa, realizará uma prova de reclassificação. Se demonstrar conhecimentos e obtiver média igual ou superior a 5,0, será promovido para outra etapa.

Alunos que chegam à EJA e não possuem documentos comprobatórios, podem ser inseridos se possuírem condições de acompanhar  a turma sem necessidade de prova de classificação.

Sempre que considerar necessário, a professora poderá elaborar e aplicar avaliações  sob as mais variadas formas.

Segundo a Deliberação 09/01 a prova de classificação pode ser realizada em qualquer tempo com fins de matrícula.

Aluno não-vinculado ao estabelecimento de ensino pode ser matriculado em qualquer tempo, após processo de classificação. Se for aprovado, deve  ter freqüência a partir da data da matrícula.

A classificação deve constar em ata (onde deve constar a Deliberação 09/01) que deve ser mantida na pasta do aluno, para que se possa formalizar a matrícula do aluno e este não perder a freqüência e o conteúdo.

A prova de classificação não é substituto de exame de equivalência. Para sua realização são necessárias as seguintes medidas:

a) Proceder à avaliação diagnóstica documentada pelo professor ou equipe pedagógica;

b) comunicar ao aluno ou responsável e obter o respectivo consentimento;

c) arquivar atas, provas, trabalhos e outros instrumentos utilizados em sua realização;

d) registrar os resultados no histórico escolar do aluno.

 

Reclassificação é o processo pelo qual se avalia o grau de desenvolvimento, experiência e conhecimentos dos alunos matriculados, levando em conta as normas curriculares com o objetivo de encaminhá-lo à  etapa de estudos compatível com a seu nível de aprendizagem, experiência e desempenho, independente do que registre o seu histórico escolar.

A prova de reclassificação para conclusão da 1ª etapa da EJA deverá ser elaborada na SME com o conhecimento da professora da turma e sua colaboração, tomando-se o cuidado de garantir   que os conhecimentos exigidos do aluno em sua realização  correspondam ao que foi efetivamente trabalhado em sala de aula.

 

Avaliação final: será feita pela análise do desempenho global dos alunos, a partir de instrumentos elaborados pelos professores de cada componente curricular sob a supervisão da coordenação pedagógica. Os resultados serão registrados e será divulgado o aproveitamento escolar de cada aluno.

O professor deverá registrar as notas e, ao final de cada bimestre,   entregá-las na Secretaria Municipal de Educação para posterior certificação dos alunos.

Estudos Complementares – será ofertada complementação de estudos de forma paralela para alunos que não se apropriaram dos conteúdos, durante o processo de ensino/aprendizagem, ao longo dos bimestres das etapas do curso.

A complementação de estudos deverá ser planejada, constituindo-se num conjunto integrado ao processo de ensino, além de se adequar às dificuldades dos alunos.

Os resultados da complementação  deverão ser registrados pela professora em forma de notas.

 No final do ano letivo, esses resultados deverão ser incorporados  aos resultados das avaliações efetuadas durante o ano letivo, constituindo-se em mais um componente na totalidade do aproveitamento escolar (média final).

Instrumentos de registro da avaliação -  Os instrumentos de registro da avaliação na EJA são: O Caderno do Professor (onde ele registra o desempenho geral dos alunos), a Ficha Individual (registro bimestral das notas) e o Relatório Final (registro das notas finais da Fase I).

 

Promoção dos alunos – A promoção resultará da avaliação do aproveitamento escolar do aluno, expresso pelas notas que obteve durante o período letivo e da apuração da assiduidade. Todos os resultados obtidos durante a etapa e a recuperação de estudos (se for o caso), serão considerados na avaliação final do aproveitamento do aluno.

Após a apuração dos resultados finais de aproveitamento e freqüência, ao término de cada etapa, serão definidas as situações de aprovação ou de retenção dos alunos.

 

Será considerado aprovado o aluno que apresentar freqüência igual ou superior a 75% de toda a carga horária de cada etapa e  que obtiver média igual ou superior a 5,0 nas respectivas áreas do conhecimento, ou seja, o aluno deverá ter um rendimento mínimo de 50% na aprendizagem dos objetivos e conteúdos.

 

Será retido o aluno que  obtiver média anual inferior a 5,0 em cada área do conhecimento e cada etapa com qualquer índice de freqüência e/ou  apresentar freqüência inferior a 75% da carga horária de cada etapa, com qualquer média anual.

 

A Média anual – a Media Anual (MA) em cada área do conhecimento  será obtida por meio da média aritmética dos quatro bimestres, de acordo com a seguinte fórmula:

 

MA = 1ºB + 2ºB + 3º B +4º B  = 5,0

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A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO ESCOLAR

 

Para  a escola  como espaço de constituição coletiva e permanente, é fundamental a vinculação  com as questões sociais e com os valores democráticos, não só do ponto de vista da seleção e do tratamento dos conteúdos, como também da própria organização dos espaços físicos e temporais. A organização e o cuidado  com o espaço escolar é um  procedimento de competência do coletivo, reflete a concepção teórico-metodológica adotada pela instituição e é parte  do processo de ensino-aprendizagem e da prática educativa.

Na EJA, como em todos os níveis e modalidades do ensino, é necessário:

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FUNCIONAMENTO DA EJA

 

A Educação de Jovens e Adultos tem características próprias em seu funcionamento que a diferenciam dos demais níveis de ensino. Exemplos  disto, além   da faixa etária de seus alunos, são:a sua disponibilidade, as suas experiências de vida, a forma como se processa sua aprendizagem, sua visão de mundo. São pessoas que, já têm uma caminhada, já viveram muitas experiências, muitos deles até já possuem  filhos adultos e netos.

 A partir de todas  estas particularidades, percebe-se a necessidade de considerá-las para poder organizar de acordo com a legislação estabelecida, com eficiência, porém sem rigor exagerado,  a atividade educativa na EJA.

Matrícula inicial – O período de matrícula será estabelecido de acordo com o calendário anual escolar.

A matrícula de alunos da EJA nas escolas municipais deverá ser realizada na secretaria das escolas e considerará os seguintes pontos:

- Documentação requerida – Carteira de Identidade, Registro de Nascimento e /ou casamento.

- idade para ingresso – de acordo com as determinações da Lei vigentes (normas do Conselho Estadual de Educação - 14 anos completos).

- direito assegurado de matrícula a portadores de necessidades especiais.

O aluno deverá matricular-se na etapa apropriada (ou naquela etapa em que parou de estudar) ou na etapa inicial de alfabetização, conforme o caso.

O controle de freqüência fica a cargo do estabelecimento de ensino, exigindo-se a freqüência mínima de 75% do total das horas letivas organizadas por etapa para aprovação.

O período letivo da  EJA – Fase I acontece nos seguintes horários: das 19 horas às 22 horas, com intervalo de 15 minutos, de acordo com  a Proposta Pedagógica. A carga horária do curso é de 15 horas semanais, em duas etapas de 600 horas cada, totalizando 1200 horas.

De acordo com a Proposta Pedagógica da EJA, esta poderá funcionar também no período diurno, nas escolas onde houver necessidade e interesse.

 

Atribuições das professoras da EJA

 

  • Participar da  elaboração coletiva da Proposta Pedagógica do estabelecimento de ensino;
  • Efetivar a proposta pedagógica da EJA na prática;
  • Elaborar, no coletivo da equipe pedagógica e pôr em execução o plano pedagógico a fim de que aconteça a integração dos conteúdos, dos objetivos, do encaminhamento metodológico e da avaliação, numa visão de totalidade;
  • Planejar e executar todas as atividades de sala de aula, tendo   em vista a aprendizagem dos alunos, de acordo com a Proposta Pedagógica da EJA e a política educacional da escola;
  • Proceder à avaliação, entendida como parte do processo de ensino/aprendizagem de acordo com a Proposta Pedagógica da EJA e a política educacional da escola;
  • Entregar pontualmente na Secretaria da Escola os dados resultantes da avaliação bimestral (notas), para que a (o) secretária (o)  possa preencher as fichas individuais dos alunos;
  • Acompanhar, juntamente com a seção de Educação de Jovens e Adultos da SME o resultado escolar dos alunos, pesquisando sobre as causas do baixo rendimento (se for o caso);
  • Elaborar os planos de recuperação que serão oferecidos aos alunos que apresentarem baixo rendimento na aprendizagem ao longo do ano, submetendo-os à análise e parecer da Seção de Educação de Jovens e Adultos da SME;
  • Assegurar-se de que, no âmbito escolar, não ocorra tratamento discriminatório de idade, cor, raça, sexo, religião ou classe social, estabelecendo processos de ensino-aprendizagem que visem o respeito ao aluno como pessoa humana;
  • Manter e promover o relacionamento afetivo e  cooperativo de trabalho com os colegas, com os alunos e a comunidade.   

 


[1] Vygotsky utilizou o termo zona de desenvolvimento proximal para se referir à distância entre o desenvolvimento atual (determinado pela capacidade de solução de problemas sem ajuda) e o nível potencial de desenvolvimento representado  pela solução de problemas com ajuda e colaboração de colegas mais experientes). Desta forma, o desenvolvimento proximal é representado por aprendizagens  que estão se consolidando e que dependem de ajuda para se transformarem em conceitos.

 

 

 

 

SUGESTÃO DE TEXTOS:

 

 

MST

 

 

 

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