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AVALIAÇÃO NO COTIDIANO ESCOLAR[1]
A avaliação escolar é um processo de julgamento que ocorre no cotidiano da escola. Quando se faz uma análise do que o aluno já sabe sobre determinado conteúdo, o que ele precisa aprender quais as suas curiosidades, que métodos podem ser considerados os mais adequados para a turma, série e modalidade de ensino se esta julgando.
Sob o ponto de vista do professor, este processo de julgamento ocorre no momento de planejar suas aulas, seja no plano anual, bimestral ou de aula. Na aplicação da proposta da metodologia da problematização do ensino, proposta por BERBEL (1996), ocorre também quando o professor inicia suas atividades a partir da realidade social, discutindo com seus aprendizes, levantando as dúvidas e selecionando as situações problemas para serem teorizadas, buscando-se alternativas de soluções a serem aplicadas na realidade social. Esta proposta de aula visa à transformação da sociedade de forma consciente e coletiva. O aprendiz faz parte desse processo como agente principal e o acompanhamento realizado pelo professor é permeado pelo processo de avaliação da aprendizagem do aluno, de seus conhecimentos prévios, da construção de novos conceitos e sua aplicação na realidade em que vive. Nesta perspectiva a avaliação pode ser realizada informalmente e formalmente. Sendo informal à medida que ocorre o diálogo na ação docente, na observação das atitudes, comportamentos dos aprendizes e, formal quando este produz seus textos, seja em atividades diárias ou em provas escritas.
A postura pedagógica do professor denuncia a sua concepção educacional, seu modo de ver o mundo, sua ação docente. Se o educador se coloca dentro da perspectiva da pedagogia histórico-crítica, estará imbuindo uma ação docente transformadora em favor das classes populares. Seu olhar pedagógico da avaliação terá uma conotação voltada para o processo de construção da cidadania no aluno, de forma que a avaliação é um processo que permite uma reflexão como ponto de partida e chegada na aprendizagem escolar. Esta não tem a finalidade de emitir notas classificatórias e sim proporcionar atitudes frente aos problemas sociais que os aprendizes enfrentam em seu cotidiano.
Já na postura pedagógica conservadora, a avaliação tem uma função de classificação entre aqueles que sabem e os que não sabem o conteúdo trabalhado em sala de aula. Os alunos estão na condição de aprender o conteúdo, mas de certa forma, observa-se que o professor procura leva-lo à construção do conhecimento, proporcionando recuperações paralelas em função de um processo de avaliação somativa e formativa. A dificuldade está em fazer as ligações com a prática social inicial e final. Neste método de ensino não se tem claro como a crítica aos problemas sociais e atuais da sociedade podem ser minimizados com o processo educacional, de tal forma que o trabalho pedagógico do tema proposto na aula se encerra no final do bimestre e depois se inicia outro tema e assim por diante.
As situações de avaliação no cotidiano escolar são muito variadas, mas ainda estamos trabalhando dentro de um sistema educacional que exige do professor a emissão de um juízo de valor em relação ao conteúdo trabalhado no bimestre para compor o boletim escolar do aprendiz. Esta expressão realizada através de uma nota que pode variar de 0,0 a 10,0 terá uma repercussão importante na vida estudantil do aprendiz, pois ao final de um período letivo será calculada a média para sua aprovação ou não na série, ficando gravado em seu histórico escolar a menção obtida.
Os pais e a comunidade escolar acompanham todo este processo de julgar o aprendiz pelas notas, que este consegue demonstrar em seu boletim. A chave da questão está nesse processo. Como poderá o professor e o aprendiz expressar através de uma menção o seu grau de aprendizagem em relação a um tema estudado, discutido, trabalhado no período em que foi avaliado? As atividades formais são variadas, a lei prevê que os aspectos qualitativos devem preponderar sob os quantitativos, portanto as provas e testes escritos devem ter questões destes critérios em diversos níveis de compreensão.
A organização curricular em disciplinas, com carga horária de 50 minutos, divididos em sua maioria, com apenas duas aulas semanais também dificulta o processo de aprendizagem, ou seja, o tempo a cada bimestre no ano letivo varia de 18 a 20 aulas, contando com as atividades práticas e as avaliações.
Diante deste quadro a avaliação é um julgamento onde se tenta expressar o nível de apropriação do conhecimento do aprendiz, se estabelecer atitudes de mudança de comportamentos em relação com seu modo ser, de pensar e de agir.
REFERENCIAL TEÓRICO:
BERGEL, Neusi Aparecida Navas. A metodologia da problematização no ensino superior e sua contribuição para o plano da práxis. In: REVISTA SEMINA. UEL. nov, 1996, v. 17, p. 7-11.
[1] Pedagoga e especialista em Didática e Metologia do Ensino Superior. Professora no Colégio Estadual Wolff Klabin em Telêmaco Borba - Paraná
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